Muros: Territórios Compartilhados

A proposta do Projeto Muros: Territórios Compartilhados é ativar o imaginário urbano através da produção de trabalhos de arte contemporânea que se materializam no corpo da cidade. Por meio de uma convocatória pública convidamos artistas de diferentes regiões do Brasil a pensar trabalhos que utilizem os muros das cidades como estrutura de suas obras, sempre levando em consideração o contexto onde cada muro se encontra.

É com este dispositivo que pretendemos ressignificar os muros, imaginá-los como estruturas de trocas simbólicas, fomentar discussões sobre a cidade, os espaços de compartilhamento, a relação entre privado e o público, os territórios e suas fronteiras. O muro está sendo pensado aqui, como um território, como um limite, um espaço de separação e ao mesmo tempo como um lugar de encontro. Estas relações complexas e ambíguas, expressas no próprio nome do projeto, pretendem provocar nossa imaginação para outros arranjos possíveis ou utópicos.

Somando as três edições foram realizados 22 trabalhos em três cidades diferentes: Belo Horizonte (2011); Fortaleza (2012) e Salvador (2013). A cada edição realizamos um seminário que é uma momento de reflexão sobre a proposta do projeto e de reverberação das questões levantadas pelos trabalhos realizados.

O projeto começou na cidade de Belo Horizonte com o foco nos artistas locais e foram realizados 7 trabalhos usando muros como estrutura. A segunda edição foi aberta a artistas de todo o Brasil e  aconteceu em na cidade de Fortaleza. Nesta edição foram 8 propostas realizadas em diferentes lugares da cidade. Os artistas tiveram uma semana para realizar o trabalho e foi a partir desta experiência que entendemos que era necessário alargar o tempo de realização dos trabalhos e do convívio dos artistas com os contextos onde os muros se encontram e com a cidade. Foi a partir dessa experiência que nasce o formato de Residência para a edição do projeto em Salvador. Propusemos então esta nova estrutura com a intenção de provocar um deslocamento de tempo e espaço nos artistas participantes. Os deslocamentos conduzem a outros modos de enxergar e de operar nas realidades circunscritas, na medida em que levam os artistas a lidar com situações que na maior parte das vezes são inusitadas e/ou desconhecidas para eles. Com o período de experimentação e de vivência nos locais, ocorrem momentos de imersão para os artistas que os levam a contextualizar seus trabalhos diante de uma situação específica, no caso, a partir de locais que eles elegeram para realizar as intervenções. Assim, não se trata de uma abordagem generalista sobre o lugar escolhido, mas sim de uma imersão em realidades não absolutas, mas que são permeadas de trocas com o lugar e com as pessoas que habitam e transitam o entorno.

  • Idealização e coordenação: Bruno Vilela
  • Realização: EXA - Espaço Experimental de Arte
  • http://muros.art.br